sábado, 25 de fevereiro de 2012

Ouviram de Brasília as mentes sórdidas
De um povo hipócrita o brado repugnante,
E o sol da honestidade, em dor profunda,
Apagou-se no céu da Pátria nesse instante...

Com o clamor a essa desigualdade,
Conseguiram nos ludibriar com lábia forte,
Em teu seio, ó Sociedade,
Deleitarão-se da vossa alma até a morte!

Ó triste Pátria,
Ainda amada,
Salve-se! Salve-se!

Brasil, um contra-senso, um raio manchado
De vergonha e de desesperança o orgulho desce,
Se em teu formoso céu impera a renda,
A imagem do altruísmo desaparece.

Gigante pela própria safadeza,
És corrupto, és devasso, cinismo colosso,
Na sua história não vejo grandeza...
Terra comprada,
Como outras mil,
És tu, Brasil,
Essa mamata!

Dos filhos deste solo és mãe mercantil,
Puta que pariu!

Deitado eternamente em dinheiro alheio,
Ao calar do mar e à sombra do céu obscuro,
Fulguras, ó Brasil, em toda a América,
És igual aos também vendidos do Novo Mundo!

Assim como em qualquer outra Terra,
Teus risonhos, lindos cofres têm mais grana,
Essa grana tem mais vida,
Na Suíça donde riem “os vencedores”.

Ó triste Pátria,
Ainda amada,
Salve-se! Salve-se!

Brasil, de integridade pode ainda ser símbolo,
Ostentar o lábaro de nação regenerada,
E gritar a todos, como eu, desesperançados:
- Futuro límpido, enterrando nosso passado.
 
Terra sonhada,
Entre outras mil,
Poderás, Brasil,
Ser venerado!

Mas no presente ainda és um covil,
Pátria safada,
Brasil!

Por Vinícius Mahier

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